Arsenal
Desde os 10 anos eu tenho uma paixão especial por armas de artes nobres. Já tive contato com floretes, katanas, kunais, mas sem sombra de dúvidas, meu favorito sempre foi o arco, em específico, o arco composto. Eu não era muito forte quando era jovem, com o passar do tempo fui desenvolvendo força e técnica para ser mais fácil armar as flechadas.
Ao mesmo tempo que foi a arma mais difícil de aprender e me adaptar, é a arma que consigo lutar melhor. O arco composto é baseado em pura força, mas não na hora do disparo, o disparo é a coisa mais fácil do mundo quando se tem mira, o negócio mesmo é puxar a corda. Mas pessoas fortes conseguem se adaptar, ganhei até um músculozinho depois desses anos de treinamento.
Além do arco, meu queridinho sukuna, eu tenho um nunchaku que ganhei da minha mãe antes de meus pais irem pro Japão. Confesso que nunca usei ele, o valor sentimental é maior que o valor da força que consigo aplicar usando ele, então apenas deixo de último caso, mas assim, último MESMO.
Já vi ninjas usando essa arma, acho muito massa. Com meus movimentos até consigo fazer algo bonitinho, mas pouco eficiente, então nem vale a pena a tentativa.
Durante o período que fiquei no Japão, principalmente na época da escola (dos 5 aos 12 anos), aprendi também a manusear algumas outras armas ninjas, como a katana, kunais e shurikens. Diferente do nunchaku e do arco, essas três em específico não aprendi com minha mãe, mas sim com Tsukki, meu melhor amigo, que por sinal atua como shinobi no Japão hoje em dia.
Com 7 anos conheci esse amigo, ele era a única criança que conversava comigo, além da Maya. Por sermos bem reclusos, normalmente nos intervalos ficávamos no pátio da escola, em um lugar cheio de árvores. Tsukki é um ano mais velho, ele já tinha aulas com armas ninjas naquela época, e sempre carregava uma escondida nos bolsos, ele dizia que era pra proteção. Em um dos últimos recreios do ano, ele me perguntou se eu gostaria de aprender a usar as armas pequenas que ele carregava, e eu obviamente disse sim. Foi aí que eu aprendi a usar minha primeira arma, mesmo sem ter uma. Tsukki sempre teve dois kits de kunais, uma com cabo preto e outra com cabo vermelho, e eu, óbvio, sempre ficava com as vermelhas.
Antes de vir para o Brasil, dos 10 aos 12 anos, ele me ensinou a usar uma katana, não como minha mãe usava, mas ensinou. Suspeito até hoje que foi a pedidos dela inclusive. Não é uma arma difícil de se usar, mas exige muito de força, e eu sempre fui mais da pegada agilidade. Dias antes da minha mudança, ele me desafiou para um duelo, e se eu ganhasse, poderia ficar com a katana vermelha dele. Pois bem, não ganhei (eu disse que meu negócio é o arco), mas minha mãe ficou com a katana.